sábado, 30 de dezembro de 2017

Poema Penso-rápido




Seja por divertimento
por sorte ou condenação
dói de igual modo
o pacto de sangue
esse vinho tonto
derramando o drama
nos indicadores colados

das duas criancinhas delambidas
e mordiscadoras
dói como carne
interrompida
urge o curativo sério
no imediato, no entanto,
cada um vai sacar do seu bolso
um poema penso-rápido
estacando o sonho
na cabeça do dedo
latejante,
um dói-dói
no fim da linha
do seu verso
adiando a sutura definitiva
que virá, talvez, depois
por sorte
por divertimento
por ironia
ou convicção contracorrente

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