Fico perplexa com a reação de algumas pessoas à mudança do regime jurídico que costumava considerar animais como coisas. Parece que há quem tenha apanhado um susto e reaja com um certo terror. Mas será que ainda não tinham desconfiado que os animais não eram coisas? Nem uma suspeiçãozinha pequena, uma pulguinha a trás da orelha, nada?
Esta reação
remete-me para a época vitoriana, quando o Charles Darwin apresentou o seu
"A Origem das Espécies". Também aí elas e eles se passaram
completamente pensando que a sua humanidade iria ser rebaixada ao nível dos
macacos. Elas com medo que lhes desatasse a crescer o buço e eles em pânico de
ficarem com as costas felpudas como o Tony Ramos.
Faz-nos falta,
talvez, um batalhão de Carls Sagans que venham explicar em programas de
televisão o quão fabulosa e única é a nossa espécie, aqui neste pequeno ponto
azul, na periferia do Universo. Como é belo o nosso código genético e excitante
é a nossa História ao longo de milhões e milhões de anos no Planeta. Para que
não nos sintamos diminuídos quando tentamos dar às outras espécies,
especialmente às que nos estão mais próximas, e que partilham connosco esta
imensa Casa, uma vida melhor.
Faz-nos falta um
pouco mais de autoestima, um pouco mais de confiança. E combater este absurdo
medo de sermos ultrapassados em direitos por outrem.
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