segunda-feira, 22 de setembro de 2014

um rio grosso




Às vezes vejo, de passagem, um rio grosso
de águas correndo livres
e admiro-me daquela força bravia
que por momentos fugidios parece
indestrutível
e eterna.


Um dia vi, também de passagem,
o leito de um rio morto,
com o seu esqueleto exposto
de pedras e paus secos ao sol.
Para onde vai aquela força líquida,
indomável,
porque desaparece?

Como nasce a água?

Um elemento inorgânico,
sem gâmetas de pai e mãe,
que se junta gota a gota
na terra, vindo de cima e de baixo,
de parte incerta e recôndita
para formar um caudal a princípio pequeno
e vai crescendo a pouco e pouco,
imperceptível,
até formar um colosso de água.

O que significa nascer e morrer
quando se é apenas um movimento?

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