O Homem Aranha agarrado à parede
encosta o cansaço da face ao
cimento,
constrói, suando, a teia da sua
sede,
febre sufocante e fatal do
alimento.
O Homem Aranha já mata cuspindo
silêncios com sabores de ilusão.
Quem morre range e chora e vai
caindo,
cala gritos, derrama a saudade no
chão.
O Homem Aranha nunca olha a presa,
não mostra as mãos calejadas da
tristeza.
Finge ser ave tímida adormecida,
nos olhos que come receia ver vida.
O Homem Aranha nunca foi um herói,
volta as costas ao mundo, fica a
penar,
acarinha a dor esfaimada que lhe
dói,
vomita agonias sangrentas p’ra
voar!
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