segunda-feira, 14 de abril de 2014

O Liberne








Um liberne uiva livre nos bamburrais
rosnando alto por entre os vidoeiros
como tosco trasgo nos urgueirais
conspirando contimares verdadeiros.
Um liberne fareja entre as brenhas
vem brunal, feroz e façanhudo
falcate e aos lores pelas penhas
com entono mas muito estranhudo.
Regouga alto na noite relengueira
deitando-se à paixão da sua maré
animal bragado na ceifada paveia
provocando na gente grande babaré.
Sozinho, zoilo, andando à malta
estreloiçando torgas e fieitos
aos homens lapuzes sobressalta
com seus desejos e arros suspeitos